Trata-se de um blog com pequenas reflexões e testemunhos pessoais.
É neste espaço que revelo um pouco do que penso e do que sou.
Vejam e deixem a vossa opinião (:


19 de janeiro de 2017

Ser-se humano...

"Eu sou apenas humano, eu cometo erros
Eu sou apenas humano"

Rag'n'Bone Man - Human



Vivemos num tempo e numa sociedade, onde temos que atingir níveis de perfeição.
Hoje é-nos exigido a capacidade de sermos excelentes em tudo aquilo que somos e fazemos.
Carregamos sobre nós uma nuvem de pressão.
Somos pressionados para sermos os filhos perfeitos, os alunos perfeitos, os amigos perfeitos, os profissionais perfeitos e os cidadãos perfeitos. Não pode haver falhas, não pode haver hesitações, nem se pode ceder.
O Mundo parece estar "programado" para que o verdadeiro sentido de humanidade seja extinto.
Vai-se transmitindo a ideia de que o erro não faz parte do crescimento.
Vai-se criando a ideia de que as fragilidades não existem no Homem.
Vai-se caminhando para o intuito de que quem erra não merece a oportunidade de erguer em cada queda.
O verdadeiro sentido da humanidade está em ser-se.
E nessa tentativa de se ser humano é preciso ter a humildade para perceber que haverá sempre falhas. Haverá sempre o erro. Haverá sempre a fragilidade. Haverá sempre a queda.
Mas em todo o erro e falha, existe a aprendizagem e muitas das vezes até a emenda.
Em cada fragilidade surge sempre a capacidade de se perceber o limite de cada um.
A verdadeira beleza da humanidade está em saber aceitar aquilo que de pior existe em nós.
E para isso é preciso viver.
Para isso é preciso retirar a pressão ao Homem.
É urgente que o Homem possa caminhar sozinho para que entenda do que é feito.
É urgente que o Homem possa refletir para que entenda que a sua perfeição é a sua própria existência e não aquilo que poderá vir a fazer.
É urgente que deixem que o Homem seja humano.
É urgente que o Homem viva a autenticidade da sua humanidade.
E nesta urgência cabe, a cada um de nós, a responsabilidade de não nos deixarmos engolir pelo "fabrico" de falsa humanidade.
Cabe, a cada um de nós, unicamente ser-se humano sem qualquer tipo de receio, frustração ou pressão.
É duro, desafiante e muitas das vezes desgostoso, mas terá sempre muito mais brilho a prática da verdadeira humanidade.
Terá sempre muito mais brilho a prática do verdadeiro Homem.


[Fotografia da autoria de ©PublicDomainPictures]

11 de janeiro de 2017

Tu deverias saber que és feliz...

E se o que precisas para ser feliz já está em ti?
E se o que precisas para ser feliz não for nada do que tinhas idealizado?
Tu deverias saber que és feliz todos os dias.
Tu deverias saber que és feliz pela vida que tens...
Tu deverias saber que és feliz sempre que os teus pais te dão um beijo de bom dia ou de boa noite.
Tu deverias saber que és feliz sempre que os teus cães correm para ti quando chegas a casa.
A tua felicidade reside nisto.
A tua felicidade vive na simplicidade de cada momento, de cada toque, de cada palavra e de cada olhar.
Deverias explodir de alegria sempre que toda e qualquer pessoa te sorri.
Deverias perceber o verdadeiro sentido da vida sempre que toda e qualquer pessoa te fala pelo olhar.
Deverias inundar-te de contentamento sempre que toda e qualquer pessoa se lembra do teu nome.
A felicidade está mesmo ali.
A felicidade está mesmo à tua beira. Porque não a reconheces?
Porque não te dás com ela?
Andas meio adormecido.
Andas demasiado preso aos teus sonhos.
Andas muito pensativo e nem te apercebes que és um sortudo.
Um sortudo por cada vez que respiras.
Um sortudo por cada vez que andas.
Um sortudo por cada vez que falas.
Um sortudo por cada vez que te sentes em paz...
Mas mesmo assim dizes-te infeliz.
Dizes-te infeliz, porque não alcançaste aquilo.
Dizes-te infeliz, porque não caminhas para onde querias...
Dizes-te infeliz, por tudo e mais alguma coisa.
Mas hoje já te lembraste que a felicidade vive em ti?
Hoje já te apercebeste que a felicidade chega até ti sempre que tu quiseres?
Tu és feliz e deverias saber disso todos os dias.
Tu és feliz e não deverias dizer o contrário.

[Fotografia da autoria de ©Sasint]

1 de janeiro de 2017

Devaneios de uma vida...

E se a verdadeira meta da vida for o encontro contigo mesmo?
E se o verdadeiro mistério da vida for decifrar quem realmente és?
A vida começa a fazer sentido quando te apercebes das tuas limitações.
A vida começa a fazer sentido quando encaras as tuas capacidades.
A vida começa a ser moldada quando viajas até ao mais íntimo dos teus pensamentos.
A vida começa a ser resolvida quando te deixas tocar pela fragilidade da tua humanidade.
Nesta vida não tens de ser um super-herói.
Nesta vida não tens de ser um sucesso internacional ou nacional.
Nesta vida tens, sim, de ser autêntico.
Uma autenticidade que te levará à verdadeira humanidade.
Essa humanidade que te fará sentir mais vivo que nunca e que te ajudará a render os teus dons.
Esses dons que tu desvalorizas e que estão à espera de chegar até alguém.
Porque o teu "eu" ganha sentido no outro...
O teu "eu" ganha sentido na partilha.
E esta vida é de encontros.
Esta vida é feita de encontros.
Encontros contigo.
Encontros com os outros.
Encontros com os olhares de uma vida cheia de marcas.
Encontros com os que se situam nas bermas à espera de serem tocados pela vida.
Encontros com os que se escondem e anseiam por alguém que lhes dê um porto de abrigo.
E se a verdadeira meta da vida for dares vida aos outros?
Se assim for não desperdices a tua vida.
Se assim for não desvalorizes quem tu és.
Se assim for não vás ao fundo com os teus erros.
Se assim for...encontra-te e parte.
Parte e enche a tua vida de vidas.
Parte e enche a tua vida de toques.
Parte e enche a tua vida de uma verdadeira entrega.


[Fotografia da autoria de ©Unsplash]