Trata-se de um blog com pequenas reflexões e testemunhos pessoais.
É neste espaço que revelo um pouco do que penso e do que sou.
Vejam e deixem a vossa opinião (:


20 de abril de 2016

A nossa igualdade está na diferença de cada um...

Ao caminhar pela rua dá para entender a diversidade de pessoas que existem ao nosso redor. Todas elas com as suas próprias vidas. Cada uma com a sua preocupação diária ou até constante.
Todos os dias atuamos como se fôssemos completamente diferentes uns dos outros. É certo que existem pormenores que nos distinguem. E ainda bem que é assim. Como é belo poder-se notar as diferenças que existe em cada um de nós. Que grande dádiva essa tal diferença que nos faz tão únicos, tão irrepetíveis. 
É nestas diferenças que surgem os encontros com o outro. É nestas diferenças que aparecem os diálogos e a comunhão com aquele que está ao nosso lado. É nestas diferenças que nos apercebemos no valor que existe em cada pessoa. 
Acabamos por em todas estas diferenças sermos todos tão iguais. 
Mas a verdade é que ainda não entendemos isso.
Preferimos ignorar o que é tão concreto aos nossos olhos.
Preferimos implicar pelas escolhas partidárias.
Preferimos implicar pelas escolhas clubísticas.
Preferimos implicar pelos credos de cada um. 
Preferimos ser cegos quando não entendemos a diferença que existe no outro.
Mas reflitamos...
Não quererá o outro ser tão amado como eu quero?
Não quererá o outro ser tão feliz como eu quero?
Não quererá o outro ser tão livre como eu quero?
Não quererá o outro ter as mesmas oportunidades como eu quero?
A verdade é que, independentemente, dos credos e das escolhas de cada um, todos anseiam pelo mesmo. Todos sonham pelo mesmo. O sonho é comum para todos aqueles que habitam na Terra.
É através deste sonho que nos apercebemos que as diferenças são quase nulas. É neste sonho que entendemos que somos todos iguais.
Mas afinal o que falta para que todo o Mundo entenda isto?
Que este sonho não seja uma mera miragem.
Que este sonho passe a ser uma realidade e que acima de tudo possa ser vivido por todos!

6 de abril de 2016

“Quem tem duas túnicas dê uma ao que não tem”

Sobre a obra de misericórdia “vestir os nus”, o Pe. Amaro Gonçalo diz-nos o seguinte: “O ato de vestir os nus implica o cuidado do seu corpo, uma intimidade, isto é, um tocar e medir o corpo para poder vesti-lo de modo adequado. Mas também implica o cuidado da sua alma, onde a roupa tem um papel importante na proteção da interioridade e sublinha, que essa mesma interioridade precisa de ser guardada e protegida.”.

Com estas palavras conseguimos entender que não ter roupa ou estar quase nus ou cobertos de farrapos é uma condição que tem importantes conotações psicológicas e espirituais. E por isso mesmo, nós, cristãos, somos convidados a termos cuidado com o nosso corpo, mas também a estarmos devidamente atentos àqueles que mais necessitam de se sentirem bem vestidos. O partilhar a roupa com alguém é algo que remete para alguma delicadeza e intimidade para com o outro. É entrarmos em verdadeira comunhão com aquele que está ao nosso lado. Não se deve somente dar as roupas, é preciso ensinarmos a vesti-las. Lembremo-nos dos exemplos que recebemos dos nossos pais ou avós, que desde tenra idade sempre tiveram a amabilidade e cuidado de nos vestir para que não nos sentíssemos despidos e conseguíssemos aceitar, verdadeiramente, a nossa unicidade.

É preciso que neste ato de vestir os nus esteja bem presente o nosso amor e o nosso contacto visual, para que aquele que recebe as roupas não se sinta humilhado, mas que nasça em si a vontade de mudar. É necessário passarmos uma mensagem de esperança, onde aquele que estava desprotegido e despojado pode agora encontrar-se a si mesmo revestido de roupas, mas acima de tudo coberto de caridade por aquele que lhe vestiu.

A nossa verdadeira misericórdia deve conseguir cobrir o interior daqueles que estão nus e, portanto, desprotegidos. É com esta partilha, com esta entrega e serviço ao outro que poderemos vestir aqueles que muitas vezes se sentem despidos e humilhados pela nossa sociedade.