Trata-se de um blog com pequenas reflexões e testemunhos pessoais.
É neste espaço que revelo um pouco do que penso e do que sou.
Vejam e deixem a vossa opinião (:


28 de dezembro de 2016

E se precisares de parar?

E se precisares de parar?
De certeza que já não o fazes há muito tempo.
Saíste disparado em direção ao futuro com medo que as coisas do passado te apanhassem.
Saíste disparado e nem reparaste para onde ias.
Saíste disparado e nem escutaste os que te queriam acolher.
Saíste disparado e nem te apercebeste que ias a uma velocidade louca.
Saíste disparado e nem deste fé que ias embater de frente com o que menos desejavas.
E se precisares de parar?
De certeza que nada disto te faz sentido.
Andas perdido nos teus pensamentos. 
Andas perdido nas questões que te surgiram com os acontecimentos da vida.
Andas perdido por não saber o que fazer e o que dizer aos que te rodeiam.
Andas perdido pelos olhares das pessoas.
Andas perdido por não te conseguires salvar.
Andas perdido e já nem te recordas quem foste, quem és e quem poderás ser.
E se precisares de parar?
Se precisares de parar, para-te.
Se precisares de parar, espera-te.
Se precisares de parar, reinventa-te.
Se precisares de parar, escuta-te.
Se precisares de parar, não te deixes ficar no ponto morto.
E se precisares de parar? Para sem medo.
Para e observa que tudo isto é muito mais do que imaginaste.
Para e entende que és muito mais do que alguma vez sonhaste.
Para e vê bem o que tens à tua frente.
Para e sente a vida a correr-te nas veias.
Para e sente o ar que enche os teus pulmões.
Para! Para de uma vez por todas.
E se precisares de parar?
Se precisares de parar não deixarás de viver, nem deixarás de caminhar.
O teu caminho será feito à volta. Será feito no silêncio das tuas quedas e nas dores das tuas superações.
Se precisares de parar, para! Pois, mais cedo ou mais tarde, verás que estás bem mais à frente.
Se precisares de parar não desesperes. Sê paciente..
Se precisares de parar, para e contempla...e depois sai.
Sai devagar e sem pressas.
Sempre que precisares de parar não te deixes enganar, nem continues a arrastar-te.
Sempre que precisares de parar não te deixes iludir pelas velocidades dos outros.
Sempre que precisares de parar...escuta o teu coração.

[Fotografia da autoria de: ©Dameshophie]

20 de dezembro de 2016

Homem, o que andas a fazer?

Homem, o que andas a fazer?
O que andas a fazer?
Ontem foi mais um dia de violência.
Ontem, uma vez mais, o Homem trocou o discurso pelo ato desumanizador.
Ontem, uma vez mais, o Homem trocou o amor ao próximo pelo ódio desmedido.
Ontem, uma vez mais, o Homem trocou a vida pela morte.
E vamos continuando nestes "joguinhos de poder" sem entender os erros do passado...
Continuamos na ignorância daquilo que vai destruindo o que de melhor existe em nós.
Vamos ignorando enquanto as balas e os misseis são disparados longe de nós.
Vamos desvalorizando enquanto são os outros que se refugiam, e não nós!.
"É só mais uma notícia. É apenas para sensibilizar.". E com isto vamos enganando a nossa mente.
Com isto, vamos permitindo que em cada criança surja uma arma na mão, em vez de um lápis.
Com isto vamos deixando que seja plantado um mar de guerra por todo o mundo.
Dá-nos jeito ficar calados.
Dá-nos jeito andarmos pela calada.
É-nos conveniente não alarmarmos muito.
Afinal lá fora está frio.
Afinal não é nada connosco.
Andamos tão enganadinhos.
Andamos tão "cegos".
O que nos falta para percebermos que é preciso mudar?
Ainda não percebemos que os atos de Auschwitz e de Hiroshima não estão muito longe de serem repetidos?
É altura de acordares, Homem.
É altura de te humanizares.
Larga a arma.
Deixa o ódio.
E acolhe aquele que na diferença te iguala na humanidade.
Acolhe aquele que na diferença deve ser tão respeitado como tu...
Porque carregas tanto ódio?
Porquê?
Nada disto será teu.
Nada disto partirá contigo no momento da morte.
Não te deixes corromper ainda mais.
Não te deixes vender ainda mais.
Entende Homem, de uma vez por todas, que a vida vale mais que um simples papel com um cifrão desenhado...

[Fotografia do site: ©Un poco de calma]



13 de dezembro de 2016

Rebentar para a vida...

O que procuras?
O que desejas?
Estás à espera de alguma aprovação?
Não sentes o teu valor?
Não percebes a tua missão?
Talvez seja altura de atuares.
Talvez seja altura de saíres dessa tua bolha.
Sai desse isolamento e enfrenta a vida.
Sai desse isolamento e enfrenta as dores de uma vida.
Sai desse isolamento e vive as alegrias de uma vida.
Sai...
Chora e grita se for preciso.
Ri e salta se tiveres energia.
Dá sinais desses ritmos cardíacos que passam pela tua máquina.
Não te faças de morto.
Nem queiras viver como zombie.
Não foste feito para isso.
Não foste feito para viver desse jeito.
Só a felicidade interessa.
Só a felicidade pode dar sentido a este curto tempo que passas aqui.
Vai em busca dela.
Não deixes que ela fuja.
Não deixes que ela passe sem dares conta disso.
Não deixes que ela te deixe sem oportunidades.
É urgente que sejas feliz.
É urgente que te sintas feliz.
Estás a "ouvir-me"?
Sim?
Então que fazes aí especado?
Vai. Sai...
Rebenta de uma vez por todas com todos esses medos.
Rebenta com a bolha antes que rebentes contigo mesmo...
Vai e rebenta para a felicidade.
Vai e rebenta para a vida. 

[Fotografia da autoria de: © Lucky2013]


27 de novembro de 2016

Envolve-te no silêncio

Um silêncio pode transportar-nos para um sem fim de lugares.
Um olhar profundo pode levar-nos ao mais alto de todos os pensamentos.
Quantas vezes conseguimos cair neste profundo estado de introspeção?
Quantas vezes nos dirigimos a nós mesmos?
Não é fácil pararmos para percebermos quem somos e o que fazemos.
Temos um certo receio de entender o nosso eu e o nosso papel no mundo.
Temos um medo desgraçado em olhar para aquilo que realmente nos move.
Preferimos ignorar.
Preferimos fugir.
Preferimos fazer isto ou aquilo achando que aquela mera felicidade instantânea nos dará o complemento para toda a vida..
Optamos por deixar que as coisas passem.
Optamos por selecionar os pensamentos, onde eliminamos aqueles que mais nos perturbam.
Eliminamos aqueles em que mal surge uma palavra nos acelera o coração ou nos arrepia a alma.
O problema de os eliminarmos é que estamos somente a enganarmo-nos.
Pensamos que fazemos uma completa formatação daquilo que nos aparece mentalmente.
Pensamos, de forma irónica, que a vida não dará voltas e que nunca acabaremos por ser postos à prova.
E depois, o que fazemos?
Estudámos bem a lição?
Soubemos reagir da forma que realmente queríamos?
Soubemos usar as palavras que achávamos que iam ser pronunciadas?
É claro que não...
Caímos no fracasso.
Caímos na desilusão.
Caímos uma vez mais na ignorância de não perceber muito bem quem somos, nem para onde vamos.
A vida é um verdadeiro mistério, mas os mistérios vão-se resolvendo.
Não são resolvidos à nossa maneira, nem no nosso tempo, mas vão-se resolvendo.
E a vida só é resolvida quando nos resolvemos.
A vida só é resolvida quando nos envolvemos nela.
E para nos envolvermos nela é preciso que entremos em nós de forma concreta.
Não silenciemos os nossos pensamentos.
Não silenciemos as nossas dúvidas.
Não silenciemos os nossos medos.
Usemos o silêncio para os confrontar.
Usemos o silêncio para chegar ao barulho da resolução.
Usemos o silêncio para chegarmos à verdadeira plenitude.
E tu? Já te deixaste envolver pela vida?

[Fotografia da autoria de: ©Winner01]

20 de outubro de 2016

Contrato de risco

"...a vida é um contrato de risco e não há caminhos sem acidentes."

Eddy Francisco Martins - Amar ou Morrer
Por onde andas? 
Para onde vais? 
O que procuras? 
Existem alturas em que o caminho não tem cor. 
Em que o caminho não convida a continuar. 
Em que o caminho não é certo.
Em que o caminho está cheio de questões.
Prosseguir? 
Esperar? 
Recuar?
Passar à frente? 
Existem fases em que dava jeito substituir as quedas pelas certezas.
Às vezes, calhava bem que a vida não sofresse tantas curvas, ou que pelo menos não encontrasse grande movimento sem estarmos à espera.
Daria muito jeito saber decidir quando sentimos que as forças começam a faltar.
Seria ótimo saber o que fazer, quando o coração fica apertado e a respiração parece ser um imenso sacrifício para a nossa existência.
A verdade é que esta vida não vem com um GPS para contornarmos os obstáculos.
Nem muito menos com um livro de instruções para realizarmos tudo na perfeição.
Quando se está na realidade as poesias não são tão comuns.
Quando se está na realidade bate-se com toda a força com a cabeça na parede.
Quando se está na realidade a desilusão e o sofrimento são, claramente, dolorosos, mais do que alguma vez uma publicação literária poderá descrever.
Quando assinamos para viver e não para marcar presença tudo parece magoar.
Quando assinamos para viver deixamos o corpo morto para nascermos de novo.
Quando se dorme para a vida não se sente nada, nem mesmo a própria felicidade.
Por isso, não adianta pedir para diminuir a intensidade das coisas que vão acontecendo na vida.
É preciso continuar arriscar.
É preciso não ter medo de querer sentir tudo o que nos é oferecido. 
É necessário encarar todos os acidentes da vida, para que no final se consiga sentir tão epicamente o sabor da felicidade.
Não convém cairmos no facilitismo, na resignação, nem na fuga.
Não se ganha nada no disfarce. Ou se vive, ou se dorme para vida.
Quem vive sai com marcas, nódoas e calejado...
Quem vive sai com o testemunho de que no amor e na fé se encontram as respostas para se conseguir chegar ao fim.
Quem vive sabe que é uma questão de amar ou morrer.
E tu? Vais querer amar? Ou ficarás adormecido até à morte?


21 de setembro de 2016

É preciso saber olhar

"Se puderes olhar vê.
Se puderes ver, repara."

José Saramago - Ensaio Sobre a Cegueira

O que aconteceria se realmente nos olhássemos mais vezes?
Vivemos constantemente a um ritmo acelerado.
Temos hora para as aulas.
Temos hora para o comboio, para o metro...
Temos hora para comer.
Temos hora para ir ali e acolá.
Temos tantas e tantas horas.
Temos tantas e tantas coisas. E, muitas das vezes, esquecemo-nos de olhar.
Esquecemo-nos de dar um verdadeiro utensílio aos nossos olhos.
Para que possamos ver e, mais que isso, reparar no que realmente nos rodeia.
É muito difícil termos perceção do nosso mundo se não o olharmos.
Ou pior, se não o quisermos olhar.
Vivemos numa altura em que custa olharmos nos olhos.
Custa olhar para a cara das pessoas.
Custa parar para ficar unicamente a observar.
E há tanta coisa que precisamos de ter em atenção.
Há tanta coisa que precisa de ser vista para que não fiquemos cegos para sempre.
Precisamos de olhar para as crianças para que elas entendam que são protegidas e amadas.
Precisamos de olhar para as pessoas que se cruzam connosco para que saibam que tudo correrá bem.
Precisamos de olhar para os mais velhos para que sintam o carinho que temos por eles.
Precisamos de olhar para os mais carentes para que recebam inteiramente a nossa ajuda, a nossa presença.
Nenhuma obra para com o próximo fica completa se não for realizada olhos nos olhos.
O mundo tem de voltar a saber olhar-se.
Tem de voltar a saber cuidar-se.
O primeiro amor, a primeira ajuda, o primeiro carinho chegam sempre através de um olhar.
O "olhar será sempre o reflexo da alma", por isso demos-lhe uso.
Não cerquemos o nosso olhar nas tecnologias.
Nem demos somente uma vista de olhos por aqueles que nos estão mais próximos.
Se for possível paremos para olhar.
E se o fizermos iremos saber que estará ao nosso alcance mudar muita coisa.
Se olharmos não deixaremos ninguém isolado.
Se olharmos não deixaremos ninguém deprimir-se.
Se olharmos daremos uma nova visão ao mundo.
Daremos a conhecer a visão do amor.
Essa visão que transforma todas as vidas.
Não tenhamos receio, nem medo de olhar.
O teu olhar pode reparar em muita coisa.
O teu olhar poderá ajudar-te a atuar em muitas e muitas vidas.

3 de setembro de 2016

Só um vida ferida poderá ser vivida...

"Apesar de tudo, não devemos fugir das feridas 
do mundo e virar-lhes as costas, temos, ao menos, 
  de vê-las e tocar nelas, e deixarmo-nos agarrar por elas."

Tomáš Halík 

Num abrir e fechar de olhos entendi, perfeitamente, o que o autor queria transmitir.
Ele diz de uma forma muito concreta que a vida só será vivida, verdadeiramente, se for ferida.
Uma vida só terá sentido se sentirmos e presenciarmos bem de perto a dor.
A vida não ganha beleza na ausência de dor.
A vida não ganha sentido ao fecharmos o coração às angústias.
Ao contrário do que podemos pensar, a vida nasce e renasce em toda a dor.
É na dor que descobrimos a falta.
É na dor que descobrimos o amor.
É na dor que descobrimos de que somos feitos.
É pela dor que sabemos o que é magoar e ser magoados.
É neste processo de falhas, de raiva e de lágrimas que surgirá o amadurecimento.
É neste caminho cheio de espinhos que encontraremos a alegria da simplicidade.
E em tudo isto a vida vai correndo.
A vida vai avançando, marcando e superando os nossos blocos de meros sonhos.
Pobre o que nunca viu o arco-íris depois da tempestade.
Pobre o que nunca foi abraçado depois de um choro.
Pobre o que nunca viu a beleza depois da desgraça...
Esta vida, muito mais do que ser para os fortes, é para aqueles que sabem sofrer.
Esta vida é para aqueles que se deixam apaixonar pelo sofrimento. Não como consolo, mas como ideal de vida,
Esta vida é para aqueles que acompanham...que caminham lado a lado.
Esta vida é para os que treinam a dor.
Se queres ter a vida, não te refugies.
Se queres ter a vida, entrega-te.
Se queres ter a vida, perde-te no outro.
Se queres ter a vida... se quiseres ter a vida sabe que chorarás como uma criança, mas que no final serás acolhido por alguém que já a conquistou!

3 de agosto de 2016

Revejo o meu ser nos outros...

Existem coisas na vida que nenhum dinheiro ou riqueza conseguem comprar.
Existem pessoas que nos conseguem surpreender e fazer-nos sentir diferentes.
Há momentos na vida em que nos apercebemos que o sucesso não está numa carreira profissional bem conseguida, nem naquela casa com uma grande piscina.
Há uma altura da vida em que entendemos que o verdadeiro sentido da vida está na convivência, na partilha e no conhecimento do outro.
E, felizmente, tenho tido essa oportunidade.
Felizmente tenho tido a oportunidade de poder estar presente na vida de muitas pessoas.
E com elas tenho recebido histórias de vida.
Lutas. Risos.
Choros.
Pedidos de oração. De ajuda.
Abraços.
Troca de olhares.
Pedidos de presença.
E é isto que me tem enriquecido. Tem-me dado outro gozo viver.
Tem-me mostrado que a vida se torna eterna quando alguém se lembra de ti. Quando alguém necessita de ti.
E este necessitar não tem sido por mero interesse. É um necessitar de confiança. 
É um necessitar de uma vida.
É o necessitar que muitas das vezes muda o rumo.
Mas muito mais do que aquilo que eu possa dar é aquilo que eu tenho recebido.
Não há nada mais grandioso que se receber a vida do outro.
Não há nada mais gratificante que se receber a confiança plena de um desabafo, de um desespero, de uma alegria.
A vida tem valor quando me encontro com o outro.
A vida tem tido valor quando me deixo chegar até o outro.
A vida é valiosa quando eu deixo as coisas do Mundo para perceber que o outro é minha imagem.
A vida dá-me uma grande herança quando percebo que é no dar que nos completamos. Que é na entrega que nos realizamos.
Não peço muito mais desta vida.
Peço que esta sorte me continue a inundar.
Peço que tenha a sorte de conhecer ainda mais pessoas.
Ainda mais verdadeiras histórias de vida.
Espero poder continuar a descobrir o outro para que assim me possa encontrar verdadeiramente.

1 de julho de 2016

Somos 11 milhões em tudo?

"Não somos 11, somos 11 milhões." Tem sido este o nosso lema no Campeonato Europeu de 2016.
E a verdade é que temos sido milhões em todo o Mundo a vibrar uma vez mais pela nossa seleção. Pelas nossas cores. Pelo nome do nosso país.
Em cada jogo sentimos que todos os portugueses se unem de uma forma indescritível. 
São milhões que estão juntos numa só alma.
São milhões que, apesar de todo o sofrimento e crítica, continuam a acreditar numa grande conquista para a sua nação.
Gritam. Choram. Abraçam-se.
Os portugueses unem-se nestas competições.
Nestas ocasiões os portugueses sentem, verdadeiramente, em cada jogada, em cada palavra e em cada lágrima a verdadeira alma lusitana. 
Cantamos vigorosamente o nosso hino. 
Relembramos os velhos tempos de glória. 
Relembramos os nossos descobrimentos. 
Alegramos com a nossa capacidade de saber sofrer. 
Tudo isto é para nós, portugueses, grande motivo de satisfação e de alegria, mas há algo que faz falta a este povo...
Este povo precisa de uma vez por todas de acordar. 
Este povo precisa de se deixar de refugiar no futebol para esquecer todos os outros problemas.
Existe fome. Desemprego. Injustiças. Violações. Mortes. Falta de recursos para a educação.
Não, eu não quero ser o profeta da desgraça no meio de toda a felicidade que nos invade depois de termos alcançado as meias-finais de um Campeonato da Europa de futebol. 
Eu quero é que o meu país se una quando a fome bate à porta de um português.
Eu quero que o meu país se una quando o desemprego assombra uma família portuguesa.
Eu quero que o meu país se una quando alguma alma lusitana tem de emigrar.
Eu quero que o meu país se una quando uma criança não consegue ter o direito de ser criança.
É aqui que eu quero que nós sejamos onze milhões. Ou até muitos mais!
É nestas alturas que eu quero que sejamos verdadeiros heróis.
São nestes casos concretos que precisamos de pôr em prática toda a união. Todo o espírito de sacrifício. 
Eu quero que sejamos 11 milhões no futebol. Na política. Na educação. Na saúde.
Eu quero que sejamos uma só alma quando estiver em causa lutar pelo futuro de um português!

20 de junho de 2016

É preciso saber viver...

"Vou-te mostrar que as árvores riem pra ti
Vou-te mostrar que as estrelas dão sinais de si
Vou-te mostrar que o sol te aquece e te abraça
E que tudo não passa do saber viver a contemplar"
Vou-te Mostrar-Simplus


Na verdade eu não sei se as árvores riem, nem tenho provas de que as estrelas dêem sinais.
Mas tenho a perfeita noção que existem dias que nos fazem olhar para a Natureza de uma outra forma.
Tenho a consciência de que cada dia é único.
Mas quantas vezes nos apercebemos disso?
Até que, muito raramente, surgem momentos nos quais o Sol nos apanha do lado certo e nos mostra o quão sortudos somos por podermos contemplar tudo aquilo que nos rodeia.
De uma vez perante outra conseguimos ter a perceção de que tudo está em sintonia neste pequeno Mundo.
Que maravilha de criação, onde tudo funciona sem nos apercebermos.
Que maravilha de criação, que consegue na sua complexidade parecer tudo tão simples.
Que maravilha de criação, que nos faz sentir tão integrados.
Que maravilha de criação, que nos enche o coração...
E são através destes sinais que nos apercebemos da importância de cada suspiro que damos.
É através de toda esta ligação que damos valor ao simples abrir de olhos pela manhã.
Mas que grande dádiva esta de podermos viver!
Que grande dádiva esta de podermos gritar no meio do nada.
Que grande dádiva esta de podermos ser sinal desta sintonia imensa que nos enche os olhos.
Que grande dádiva eu poder mostrar àquele que está ao meu lado que é merecedor de viver tudo isto!
E tu?
Já te tinhas apercebido da sorte que tens? Não?
Então sai à rua.
Respira.
Olha.
Contempla.
E vê como tens tudo para conseguires viver.
Não precisas de muito.
Basta somente isto... basta sentires-te vivo.
Basta sentires-te peça fundamental de toda esta maravilha que te é dada sem te pedir nada em troca.

30 de maio de 2016

O silêncio da noite...

A noite chega e com ela traz os teus piores pensamentos.
Sentes-te mal.
Inseguro.
Sozinho.
Não sabes bem quem és, nem o que tens vindo a fazer.
Apercebes-te que não tens uma Lua que ilumine a escuridão que assombra a tua alma.
É então que te escondes, para que ninguém se aperceba dos teus medos.
Isolas-te um pouco mais e embrulhas-te nas tuas questões.
É no meio da longa noite que tu cedes à fraqueza, mas que ao mesmo tempo permaneces na esperança de que o reerguer do dia te dará uma nova força. Uma força suficiente para te voltares a equilibrar.
E é isso que te alimenta. 
É isso que te suporta ao longo de todas aquelas horas da madrugada.
Tu sabes que o Sol voltará a erguer-se e que beijará novamente a Terra.
É uma pequena esperança, mas é a mais preciosa que tens.
É aquela que te faz acreditar que nada te poderá derrubar.
Por isso, não te atires. Nem te desorientes.
Aguenta firme. Espera um pouco...
Quando tu menos acreditares já tudo terá voltado ao normal.
A tua respiração ficará controlada.
Os teus músculos perderão a tensão.
E os teus olhos...os teus olhos brilharão como uma verdadeira criança.
O silêncio da noite voltará. 
Mas para já deixas entrar a Luz que necessitas para poderes voltar ao teu lugar.
Para já dás uma nova oportunidade à vida.
Para já dás uma nova oportunidade a ti.
Porque tu precisas mais de ti mesmo do que qualquer outra pessoa no Mundo!

24 de maio de 2016

Se eu pudesse amava-te mais do que todos os santos e anjos...

Sou tremendamente pequeno perante a Tua grandiosidade.
Apareceste quando eu menos esperava. Escolheste-me para fazer parte do Teu projeto.
Um projeto de amor. Um projeto cheio de mistério. Um projeto para mudar o Mundo. Não me apresentaste uma teoria, nem muito menos uma história de embalar. 
Apresentaste-me o verdadeiro significado de amor!
E para tudo isto, Tu não me pediste autorização.
Entraste e escancaraste as portas das minhas certezas. 
Perturbaste-me.
Abalaste-me.
Mas no meio de todas as atribulações continuaste a amparar-me.
Não me largaste e quando eu queria ir embora Tu me chamaste, novamente, com toda a força.
Sou muitas vezes o Teu filho pródigo, que se cansa e Te pede tudo de uma vez para nunca mais ter que viver nas Tuas incertezas, para nunca mais ter que mergulhar no Teu mistério...
A verdade é que retorno sempre a Tua casa. E cada vez que volto não tenho mais certezas, mas sinto-Te cada vez mais próximo. Sinto-Te cada vez mais presente de tudo!
Porque Tu, Senhor, és assim. És mistério. És vida. És entrega. És mestre em mudar vidas!
Tu não condenas, nem rejeitas. Tu acolhes quando somos ignorados e criticados por todos.
Tu abraças quando já não existe ninguém que nos dê a mão. 
Mas porquê? Porquê tanto amor por aqueles que Te rejeitam tantas vezes?
Porquê tanta entrega por aqueles que tanto pecam?
Por muito que queira nunca conseguirei retribuir o que fizeste, fazes e continuas a fazer!
Porque "se eu pudesse amava-te mais do que todos os santos e anjos,
Se eu pudesse dava-te, apenas, uma única coisa
Dar-te-ia a minha própria vida", para que tudo fosse mudado em mim. 
Eu não Te peço muito mais. Peço-Te apenas que no final de cada dia eu consiga voltar para a Tua casa.
Eu só quero que no final de cada dia Tu me recebas como Teu filho!
Obrigado Abba!


17 de maio de 2016

Faltas de amor...

São raros os momentos em que conseguimos estar em algum lado sem vermos as pessoas em grande movimento. 
São ainda mais raros os momentos em que conseguimos parar e permanecer no silêncio. 
Caros leitores, quando foi a última vez que pararam no meio da montanha, para apenas sentirem a brisa do vento, ouvirem o barulho das árvores e o chilrear dos pássaros?
Precisamos muitas vezes de desligarmos deste Mundo de loucos que invade as nossas vidas. 
O Mundo vive a uma grande velocidade e não pára um segundo para perceber para onde caminha. 
Temos pais que violam os seus filhos.
Temos filhos que abandonam os seus pais que já se encontram acamados.
Temos pessoas que se maltratam, apenas porque sim.
Temos seres humanos que se esquecem de praticar a humanidade que lhes foi concedida.
Tu, ser humano precisas de parar!
Precisas de contemplar este Mundo que te deram. Já reparaste bem na Natureza? Ela brilha, desenvolve-se e movimenta-se sem nos darmos conta. A Natureza aprendeu a trabalhar no silêncio, na simplicidade e na contemplação. Também tu, Homem, precisas de parar para valorizar!
Isola-te no cimo da montanha. Respira. E encontra-te novamente contigo mesmo e com todos aqueles que te rodeiam. Respeita-te e respeita os que contigo partilham este dom da vida.
Nesse silêncio perceberás que foste feito para viver em relação, que foste feito para estar em comunhão.
Tu, ser humano, precisas de voltar às origens.
Tu, ser humano, precisas de adquirir novamente o sentido de comunidade.
Estás isolado, sim. Mas nesse isolamento estás embalado pelo egoísmo, pela falta de amor, pela inveja.
Por favor, Homem, pára antes que seja tarde!
Por favor, Homem, ergue-te no meio da podridão e dá lugar à verdadeira humanidade.
Pratica esse teu verbo e sê realmente aquilo que és. Não te deixes enganar pelo materialismo, nem pelo o que é finito.
Enche-te de vida. Enche-te de alegria. 
Deixa o desenvolvimento tecnológico e traz contigo os conhecimentos sobre a pessoa.
Deixa-te das teorias e pratica...pratica esse amor que tanta falta faz ao Mundo!

20 de abril de 2016

A nossa igualdade está na diferença de cada um...

Ao caminhar pela rua dá para entender a diversidade de pessoas que existem ao nosso redor. Todas elas com as suas próprias vidas. Cada uma com a sua preocupação diária ou até constante.
Todos os dias atuamos como se fôssemos completamente diferentes uns dos outros. É certo que existem pormenores que nos distinguem. E ainda bem que é assim. Como é belo poder-se notar as diferenças que existe em cada um de nós. Que grande dádiva essa tal diferença que nos faz tão únicos, tão irrepetíveis. 
É nestas diferenças que surgem os encontros com o outro. É nestas diferenças que aparecem os diálogos e a comunhão com aquele que está ao nosso lado. É nestas diferenças que nos apercebemos no valor que existe em cada pessoa. 
Acabamos por em todas estas diferenças sermos todos tão iguais. 
Mas a verdade é que ainda não entendemos isso.
Preferimos ignorar o que é tão concreto aos nossos olhos.
Preferimos implicar pelas escolhas partidárias.
Preferimos implicar pelas escolhas clubísticas.
Preferimos implicar pelos credos de cada um. 
Preferimos ser cegos quando não entendemos a diferença que existe no outro.
Mas reflitamos...
Não quererá o outro ser tão amado como eu quero?
Não quererá o outro ser tão feliz como eu quero?
Não quererá o outro ser tão livre como eu quero?
Não quererá o outro ter as mesmas oportunidades como eu quero?
A verdade é que, independentemente, dos credos e das escolhas de cada um, todos anseiam pelo mesmo. Todos sonham pelo mesmo. O sonho é comum para todos aqueles que habitam na Terra.
É através deste sonho que nos apercebemos que as diferenças são quase nulas. É neste sonho que entendemos que somos todos iguais.
Mas afinal o que falta para que todo o Mundo entenda isto?
Que este sonho não seja uma mera miragem.
Que este sonho passe a ser uma realidade e que acima de tudo possa ser vivido por todos!

6 de abril de 2016

“Quem tem duas túnicas dê uma ao que não tem”

Sobre a obra de misericórdia “vestir os nus”, o Pe. Amaro Gonçalo diz-nos o seguinte: “O ato de vestir os nus implica o cuidado do seu corpo, uma intimidade, isto é, um tocar e medir o corpo para poder vesti-lo de modo adequado. Mas também implica o cuidado da sua alma, onde a roupa tem um papel importante na proteção da interioridade e sublinha, que essa mesma interioridade precisa de ser guardada e protegida.”.

Com estas palavras conseguimos entender que não ter roupa ou estar quase nus ou cobertos de farrapos é uma condição que tem importantes conotações psicológicas e espirituais. E por isso mesmo, nós, cristãos, somos convidados a termos cuidado com o nosso corpo, mas também a estarmos devidamente atentos àqueles que mais necessitam de se sentirem bem vestidos. O partilhar a roupa com alguém é algo que remete para alguma delicadeza e intimidade para com o outro. É entrarmos em verdadeira comunhão com aquele que está ao nosso lado. Não se deve somente dar as roupas, é preciso ensinarmos a vesti-las. Lembremo-nos dos exemplos que recebemos dos nossos pais ou avós, que desde tenra idade sempre tiveram a amabilidade e cuidado de nos vestir para que não nos sentíssemos despidos e conseguíssemos aceitar, verdadeiramente, a nossa unicidade.

É preciso que neste ato de vestir os nus esteja bem presente o nosso amor e o nosso contacto visual, para que aquele que recebe as roupas não se sinta humilhado, mas que nasça em si a vontade de mudar. É necessário passarmos uma mensagem de esperança, onde aquele que estava desprotegido e despojado pode agora encontrar-se a si mesmo revestido de roupas, mas acima de tudo coberto de caridade por aquele que lhe vestiu.

A nossa verdadeira misericórdia deve conseguir cobrir o interior daqueles que estão nus e, portanto, desprotegidos. É com esta partilha, com esta entrega e serviço ao outro que poderemos vestir aqueles que muitas vezes se sentem despidos e humilhados pela nossa sociedade.

1 de março de 2016

Olha bem à tua volta e repara no que te rodeia.
Recorda tudo o quanto já fizeste. Tudo o que queres alcançar e tudo aquilo que querias, mas que já não podes vir a ter.
Fecha os olhos rapaz. E sente bem a vida que tem acontecido em ti.
Tu já foste brilhante em certas alturas.
Já fizeste a diferença em muitas vidas.
Já foste destroçado e outras vezes destroçaste o Mundo de outras pessoas.
Já te sentiste má pessoa. Já te sentiste a melhor pessoa do Mundo.
Tu já riste sem parar. Tu já choraste sem conseguir respirar. Tu já desesperaste por completo e no dia seguinte tudo à tua volta não fazia sentido.
Tu, pobre rapaz, tens andado na pior das montanhas russas: a Vida. 
Ela tira-te o fôlego.
Ela faz-te sentir único, mas não te evita os altos e baixos.
Proporciona-te momentos irreversíveis. Já alguma vez te apercebeste dos minutos que desperdiçaste?
Quantas vezes, meu pobre rapaz, sentiste que existias, mas que não vivias?
Quantas vezes, rapaz, te apercebeste que és de um valor imenso?
É verdade que tens falhas. É certo que terás ainda mais. Mas faz tudo parte dessa tua fragilidade humana que não consegues tirar de ti.
Por isso, respira. Sente o ar puro que te bate na cara. E segue em frente.
Nunca te esqueças que será sempre a uma velocidade instantânea. Será sempre tudo num piscar de olhos.
Dá graças por tudo o que acontece em ti.
Valoriza-te. Valoriza quem te acompanha. Ajuda quem necessita.
Faz a diferença na vida de muitos, mas ouve , meu pobre rapaz, faz essencialmente a diferença em ti mesmo!
Faz-te vivo. Não te deixes somente existir.

2 de fevereiro de 2016

Oh mar...

Oh mar quanto tens para nos oferecer.
A tua força nos intimida.
As tuas águas enchem-nos de esperança.
O teu som no bater das rochas relaxa-nos.
E o teu mistério, o teu mistério faz-nos perceber que há sempre mais para descobrir nesta vida.
A forma espontânea com que abraças a areia é a mesma forma que nós desejamos que alguém nos abrace.
Desejamos que alguém nos segure bem apertado para não cairmos, para não sentirmos nada.
Pode até ser tão repentino como tu o fazes nas dunas que tão bem conheces.
Precisamos desse gesto.
Precisamos deste contacto para nos sentirmos vivos.
Precisamos deste contacto para conseguirmos ouvir o som da vida que existe em cada um de nós.
Oh mar como é belo perceber o que nos ensinas na tua simplicidade.
As tuas ondulações mostram-nos o quanto a vida é instável.
É preciso ser-se um verdadeiro artista para ganhar equilíbrio neste balanceamento das ondas da vida. Onde entre várias marés somos obrigados a adaptar-nos.
Tal como tu não avisas quando vais esvaziar, a vida também não nos pede autorização para mudar. Nem para arranjarmos espaço na nossa agenda. De um momento para o outro atua. Modifica. E põe ao jeito que quer.
Muitos dizem que é ao jeito de Deus, outros dizem que é somente ao jeito do acaso.
Por obra do acaso ou não, temos de pensar rápido. De fazer meia volta ou até volta e meia. Não interessam o número de voltas quando o essencial é permanecermos de pé.
Oh mar como és belo. Como és essencial para nos acalmares das aflições e ótimo para receber as nossas lágrimas, também elas carregadas de sal.
Serás tu fonte de todas as lágrimas?
Podes não ser fonte, mas és casa para muitos.
És casa de pensamentos.
És casa de acontecimentos.
És casa cheia de vida.
És a casa que guarda os segredos de muitos!
Tu, mar, és casa de salvação e de alimento de esperança. 

28 de janeiro de 2016

Eu sou pequeno e tu?

Eu gostava de ser criança a vida inteira.
Eu gostava de poder acordar sempre a cantar.
Eu gostava de poder correr sem parar.`
De rir sem parar.
De amar sem criticar.
Eu, apenas, gostava de olhar para o Mundo outra vez.
Onde tudo é mistério.
Onde tudo é novidade.
Onde tudo é motivo para a descoberta.
Eu gostava de ser pequeno e não perder tempo com burocracias e trocar isso por abraços.
Eu gostava de ser pequeno e trocar os exames por convívios com lanches e risadas.
Queria ser assim. Simples. Meigo. Genuíno.
Queria ser novamente espontâneo para dizer "Gosto muito de ti" a toda a gente.
Queria ter a capacidade de voltar a sonhar.
Onde nada é uma barreira.
Onde tudo se pode fintar.
Onde a meta é somente um passo, um beijo ou um andar de bicicleta.

Às vezes não nos apercebemos da beldade das lições que as crianças nos transmitem.
Às vezes estamos tão cegos que achamos que só nós é que temos algo para lhes ensinar.
Temos de abrir os olhos.
Temos de ouvir estas crianças mais vezes, onde na sua inocência mostram o que realmente vale a pena.
Onde na sua inocência dizem bem baixinho que o Mundo foi feito para eles e que é deles.

Por isso eles nos perguntam sempre: "Eu sou pequeno e tu?", porque sabem perfeitamente que o Mundo não é nosso.
O Mundo não é nosso, porque não usufruímos como eles.
O Mundo não é nosso, porque nem reparamos no que ele tem para nos oferecer.

O Mundo é vosso. E que um dia também volte a ser meu...

17 de janeiro de 2016

Os Doutores da Rua

E se vivêssemos num país onde o mesmo número de doutores académicos fosse igual ao número dos doutores da rua?
"Quem são estes doutores da rua?"- deverá ser a pergunta de muitos leitores.
Os doutores da rua são todos aqueles que vivem ou sobrevivem na rua. São aqueles que aprendem ou desaprendem na rua. São aqueles que foram ou não obrigados a pararem àquela vida.
Ao chamá-los de doutores da rua não os quero inferiorizar, nem sequer gozar. Muito pelo contrário. Trato-os assim, em primeiro lugar porque é a forma como eles todos se tratam e nos tratam e em segundo porque se calhar não haverá, infelizmente, muitas diferenças entre estes doutores da rua e os doutores académicos.
A única diferença que à primeira vista vejo entres estes doutores da rua e os outros, é que os da rua não tiveram aulas sentados, não tiveram que escrever, nem sequer ter a teórica. Estes doutores da rua foram obrigados a entrar na prática, foram obrigados a sentir na pele aquilo que muitas das vezes nos é dito na teórica para termos cuidado. Estes doutores da rua tiveram, literalmente, a escola da vida. Para mim, esta é sem dúvida, no meu ponto de vista, a única diferença entre os doutores.
Analisemos, de uma forma muito breve, cada caso...
Quantos doutores se formaram academicamente e desejam desesperadamente por uma oportunidade?
Será que esses doutores da rua também não desejam por uma oferta?
Mais, quantos doutores das nossas faculdades não se formaram dignamente para depois lhes serem negados a oportunidade de construir o seu futuro?
Não serão, também, estes doutores da rua muitas vezes negados pela nossa sociedade?
A verdade é que todos estes doutores, por diferentes razões é claro, têm muito em comum.
E de quem é a culpa?
A culpa é minha, é tua e é nossa.
A culpa é nossa, porque muitas das vezes nos calamos.
A culpa é nossa, porque muitas vezes é mais fácil ignorar, é mais fácil não pensar.
A culpa é nossa, porque não agimos.
Caros leitores, nesta vida todos nós poderemos vir a ser doutores. Sejamos nós formados academicamente ou formados pelos casos da vida. Por isso, cabe a nós estarmos mais atentos.
Cabe a nós não desviar o olhar quando passamos por estes homens e mulheres.
Cabe a nós mudarmos este rumo.
Cabe a nós aprender a caminhar com estes doutores da rua...



imagem retirada em: http://www.porta351.com/wp-content/uploads/2014/12/sem-abrigo_0.jpg

8 de janeiro de 2016

Máquinas da Sociedade

O Mundo gira a uma velocidade tremenda.
Avança de uma forma tão rápida que nem nos apercebemos dos dias passarem.
Hoje em dia somos convidados a viver numa adrenalina incrível.
Acordamos stressados.
Tomamos o pequeno almoço a "correr" e nem nos despedimos dignamente daqueles que vivem connosco.
Vamos a correr para cumprir horários e obrigações.
E quando chegamos, ao nosso local de trabalho ou de estudo, somos novamente abalados por uma onda de multidão, também ela toda movimentada por esta correria, mas sem saber muito bem para onde vai.
Corremos, corremos e...corremos.
Corremos todo o dia!
Corremos para acabar aquele projeto.
Corremos para entregar a horas aquele papel.
Corremos como meras máquinas.
E quando somos convidados a parar, o que nos acontece? Não conseguimos.
Ficamos como meios zonzos. Ficamos com a sensação de que não sabíamos que existia tempo para parar.
A verdade, é que desde pequenos somos incutidos com a ideia de que "parar é morrer".
Mas, caros leitores, estamos a precisar de uma verdadeira paragem.
Estamos a precisar de parar, para entendermos do que realmente somos feitos.
Estamos a precisar de parar, para entendermos do que realmente necessitamos.
Estamos a precisar de viver de uma forma autêntica. Sem correrias. Sem pressas.
Precisamos de parar, para assim podermos observar, respirar e darmos valor ao maior dom que temos: a vida.
Com tantas correrias, nem nos apercebemos que somos todos iguais. Não conseguimos perceber que temos todos o mesmo objetivo: sermos felizes.
São por causa destas correrias todas e por todas as faltas de tempo, que nós alegamos não ter, que surgem as guerras, que surge a solidão, que surge o desespero, que surge a necessidade, que surge tudo aquilo que só nos apercebemos quando acontece nas nossas vidas.
Não deixemos que a vida passe a correr.
Tínhamos perceção dos dias, pois só assim conseguiremos ouvir a nossa "máquina" a bater.
Não queiramos ouvi-la quando ela já estiver para deixar de funcionar.
É hora de nos reunirmos.
É hora de vivermos juntos.
É hora de comermos e bebermos juntos.
É hora de rirmos juntos.
É tempo para parar.
É tempo para deixarmos de ser máquinas.
É tempo para vivermos, verdadeiramente!